sábado, 17 de dezembro de 2011





 Seus filhos não gostam de ler? Têm dificuldades na escola?
Os professores não conseguem fazer os alunos
criar o hábito da leitura?


Tudo isso e mais um pouco conheço por experiência própria, e é por isso mesmo que busquei uma solução para tão difícil problema. Sou professora de Língua Portuguesa e Literatura há mais de três décadas, e mãe de três filhos. Formei-me em Letras pela PUC de Campinas, tendo Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada ao Ensino pela Unicamp, e foi nessa caminhada de pesquisas que pude encontrar a resolução para a questão do incentivo à leitura. Posso lhes garantir que para essa intrincada questão, HÁ SOLUÇÃO!...
E para isso é que foi criado este espaço.





Sobre esse assunto há muito que dizer. Há muitos estudos e pesquisas no mundo alertando para a importância da leitura, como dissertações de mestrado e teses de doutorado. Há também inúmeras obras publicadas e à disposição nas livrarias. Mas a grande maioria está revestida de linguagem erudita, técnica, acadêmica, e direcionada a um público específico de pesquisadores. Por isso mesmo, era evidente a falta de um instrumento que "traduzisse" isso tudo para o público, selecionando o mais relevante, o mais prático e o mais eficiente, e que divulgasse a todos o resultado de todas essas investigações científicas internacionais que oferecem a solução para todos esses problemas enfrentados no âmbito escolar, os quais  envolvem alunos, professores e as famílias.

Foi da constatação de tal lacuna que surgiu este site.
Na verdade, o incentivo à leitura tem que começar no berço. A afirmação pode parecer chocante ou exagerada, mas é isso mesmo. As crianças devem ser treinadas para a concentração mental desde o berço, ou seja, a partir dos 18 meses de idade aproximadamente, por meio do relato de histórias. O hábito de contar histórias pode ter efeitos realmente significativos no mundo cognitivo da criança, e muito mais importantes do que os pais imaginam.
É claro que os graus de aprendizado variam, mesmo porque variados são os interesses de cada um. Mas algo é inegável: crianças adoram histórias. Gostam até mesmo de ouvir as mesmas histórias, porque a cada vez que as ouvem elas a reformulam mentalmente. Então esse é o caminho que tem que ser aproveitado para benefícios futuros em muitos sentidos.




Mas há uma pergunta inevitável:  Como uma criança, que gosta tanto de ouvir histórias e de folhear livros com imagens pode posteriormente abandonar a leitura?


Depois de muito pesquisar e estudar o assunto – ocupação da qual não tenho a exclusividade, uma vez que se estende a linguistas no mundo inteiro – cheguei à conclusão de que a causa está na falta de incentivo à leitura pela família e pela escola durante a infância. Reside nesse ponto o pecado original do desprezo aos livros pelo futuro adulto.

                                                           *         *         *

Vou começar relatando uma experiência que fiz com meu filho Gabriel quando ele tinha apenas um ano e meio de idade.
Nessa fase, contei-lhe uma pequena história com dois brinquedos na mão que funcionavam como personagens, sendo que um deles batia à porta do casa do outro para uma visita. Nesse momento eu batia com a minha mão na madeira do berço para imitar as batidas na porta. A história obviamente era narrada de forma onomatopaica, ou seja, com bastante ruídos e muita mímica.
No dia seguinte, fiz a mesma coisa. Repeti a história, de forma idêntica, e ele sempre atento, interessadíssimo.

No terceiro dia, sentei-me ao lado do berço, como nos dias anteriores, porém muda. Gabriel me olhava, ansioso, e nada. Eu almejava saber como ele reagiria diante do meu silêncio. Após alguns minutos de tensão, como nada acontecesse, ele tomou uma decisão: fechou o punho da mão direita e bateu por três vezes na madeira do berço, da mesma forma que eu havia feito nos dias anteriores. Cobrou-me a história!...
Quando eu me mobilizei com os dois brinquedos à mão, ele abriu um largo sorriso e ele riu para valer. Afinal, havia conseguido alcançar seu objetivo!

E assim ficou confirmado para mim o interesse que até mesmo um bebê pode ter por histórias...

A partir de então, passei a lhe contar histórias diariamente, mesmo quando ele foi alfabetizado, tendo repetido o procedimento com meus outros dois filhos. A televisão era ligada durante apenas uma hora por dia, enquanto que os discos de histórias eram colocados repetidas vezes para serem ouvidos. Ou seja, o procedimento a que estavam submetidos era nada mais nada menos do que um treinamento de concentração mental – puramente auditivo – que lhes permitia não só acompanhar todo o relato como também captar-lhe o sentido, além de exercitar a memória e usar ilimitadamente a imaginação.  A ausência de qualquer imagem os obrigava a concentrar-se para a captação do conteúdo, levando-os a fazer inferências e deduções, enfim, a mobilizar todo o processo cognitivo de forma mais intensa. Em outras palavras, a ausência da imagem é que lhes permitia exercitar a concentração mental, uma vez que só contavam com um estímulo: a audição.

Ao longo dos anos, o resultado não se fez esperar: os três se tornaram leitores em potencial. Em decorrência disso, a linguagem escrita fluía correta nas redações, com sintaxe elaborada, vocabulário amplo e pertinente, e a criatividade era surpreendente. Portanto, não tiveram problemas com o estudo tanto da língua materna como das estrangeiras.

Mas o melhor ainda estava por vir: o bom aproveitamento escolar nas outras disciplinas! Os três pequenos leitores não tiveram dificuldades de acompanhar as aulas expositivas e gravar na memória seu conteúdo. Sequer precisavam ficar horas e horas estudando em casa...Bastava prestar atenção nas aulas! Foi muito mais do que eu esperava!...

E a recíproca tem sido verdadeira. Ou seja, sabe-se que todos os estudantes que apresentam grandes dificuldades na escrita são, comprovadamente, não leitores... E que 99% não ouviram histórias em sua infância de forma intensiva...  

Portanto, o recado está dado às mães: não duvidem da força contida nesse simples ato de contar histórias a seus filhos... O efeito será posterior, talvez depois de alguns anos, mas certamente benéfico em muitos sentidos, até mesmo na formação do caráter do futuro adulto!...

Bem, voltando ao meu caso, paralelamente ministrei vários cursos na pós-graduação, como professora convidada, em diversos estados do Brasil, sempre divulgando a importância da leitura para o desenvolvimento da linguagem, algumas vezes sob o patrocínio do PROLER, o mais importante programa de incentivo à leitura do Brasil, vinculado à Biblioteca Nacional. Também procurei atualizar professores do ensino médio tanto de escolas particulares como públicasem relação às pesquisas do ensino de portuguès, realizando, dessa forma, uma ponte entre a Universidade e a escola.



Lançamento do livro  A Magia de Lítera


A Magia de Lítera, de minha autoria, editada pela Millennium Editora, é uma obra de ficção e de incentivo à leitura. Trata-se de uma tentativa de contribuir para que as pessoas em geral ingressem no universo encantado da literatura e desfrutem de todos os seus benefícios. A publicação é especialmente dedicada às mães de crianças que almejem saber como fazer para que seus filhos tenham futuramente bons resultados na escola e se tornem leitores.

Antes de ser publicado, foi testado em pessoas de diferentes idades, com pouca e muita escolaridade, e, felizmente, aprovado por todos. São 160 páginas narrando uma história rica de emoções e suspense, e que conduz os leitores a ver os livros sob um novo prisma e com um novo valor. Além disso, o que se procura mostrar – e nesse ponto reside o resultado de anos de pesquisa linguística – é como o simples hábito de contar histórias a uma criança pode ser poderoso a ponto de garantir ao pequeno ouvinte um bom desempenho escolar e ainda contribuir para a formação do seu caráter.

A obra foi premiada pela Secretaria de Cultura de Campinas (por meio do Fundo de Investimento à Cultura de Campinas  - FICC - em junho de 2011), sendo por ela patrocinada. Devido a esse patrocínio, seu preço em livrarias foi reduzido em 70% para que todas as camadas da população possam ter acesso à obra.
Posteriormente recebeu um novo prêmio, o Troféu Literarte 2012, uma homenagem às melhores iniciativas culturais de 2011. 
Pode ser adquirida na Livraria Cultura (em Campinas, no Shopping Iguatemi) e na Livraria Leitura, no Shopping D. Pedro, também nesta cidade. Quem prefere compras on line, pode acessar o site da Millennium: http://www.millenniumeditora.com.br/.
O Projeto aprovado pela Prefeitura prevê a apresentação de oficinas (workshops) a professores nas escolas do ensino médio, cujo conteúdo é o incentivo à leitura através do lazer. Tais cursos são gratuitos desde que o estabelecimento adquira um número de livros igual ao número de classes que o compõem. Isto porque a orientação transmitida aos professores abrange a indicação de uma biblioteca para cada classe escolar. Se a escola já tiver sido orientada nesse sentido por outros profissionais, poderá optar por outros workshops, como Processo de autocorreção de redações escolares, Gramática Aplicada às redações escolares, Pedagogia da Oralidade, etc.
O livro que está sendo lançado resulta, portanto, de minha experiência e idealismo em relação ao ensino, e procura revelar como a leitura pode não só dar acesso a um universo de conhecimentos imprescindíveis ao aculturamento e à sociabilização como também contribuir para o desenvolvimento cognitivo e para a criatividade de seus leitores.


Autora recebe Prêmio Internacional em Curitiba
pela obra A Magia de Lítera





Nos dias 04 e 05 de fevereiro de 2012 aconteceu em Curitiba a entrega do Prêmio Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas  – a diversos escritores e artistas do Brasil. O encontro foi um marco para o incentivo da cultura no Brasil, tendo gerado uma útil e agradável interação e confraternização entre os homenageados.

Esta autora se sentiu honrada pela homenagem, tendo recebido um Certificado e um Troféu pela atuação em prol do ensino e do incentivo à leitura, e sobretudo, pela obra A Magia de Lítera, que já havia recebido o Prêmio Secretaria da Cultura em 2011.

Confira o texto divulgado e publicado na mídia nacional pela Literarte:
"A outorga é uma homenagem a todos aqueles que se brilharam durante o ano de 2011 no cenário cultural, tendo por objetivo reconhecer e trazer a público as melhores iniciativas culturais, utilizando-se de critérios como talento, criatividade, empreendedorismo, respeito, companheirismo e apoio cultural.
Com este Prêmio, a LITERARTE reconhece, distingue e premia a quem se destaca em nossa sociedade com excelência na gestão de suas carreiras, contribuindo, assim, efetivamente para o desenvolvimento cultural e, consequentemente, socioeconômico de nosso país.
A escolha dos homenageados se deu perante um rigoroso processo de análise por parte da Diretoria LITERARTE e será conferido por mérito próprio em desempenho.
Os agraciados hospedaram-se no Hotel Nikko, local escolhido para homenageá-los, tendo  recebido um composto de benefícios, tais como:
1) Recebimento do Troféu “Prêmio LITERARTE de Cultura 2012”;
2) Certificado chancelado pela LITERARTE;
3) Coffee brake, Jantar de Gala e Chá literário;
4) Lançamento de seu livro no chá literário e exposição de sua obra em local de Arte;
5) Foto oficial com fotógrafo profissional;
6) Cobertura de mídia com a publicação de matéria em revista impressa, mídia virtual e mala direta via internet e
7) Entrevista individual para o Programa de TV “Sem Fronteiras” com Dyandreia Portugal.

Certamente foi um encontro inesquecível para todos, e um passo a mais para estimular escritores e artistas brasileiros de uma maneira geral, principalmente pelo fato de divulgar suas obras no exterior.


                                                             *        *        *



Continuando...

Ainda bem que não estou sozinha nessa luta! Ainda há muita gente neste país incentivando a cultura e a arte!
Mas, voltando à nossa questão da leitura, vejam, a seguir, um excerto do link:
 http://www.tocadacotia.com/curiosidades/o-papel-dos-pais-no-incentivo-a-leitura

    O papel dos pais no incentivo à leitura

Todos nós sabemos que a leitura é fundamental em qualquer faixa etária. Por isso, para que a leitura torne-se um hábito, é essencial que ela seja estimulada desde a infância. É claro que a escola tem um papel muito importante, mas em casa a família também pode contribuir muito, sabe como? Os pais podem comprar livros e contar histórias para as crianças mesmo que elas ainda não saibam ler. Um conto de fadas, por exemplo, pode estimular a imaginação da criança.
O Papel dos Pais no Incentivo a Leitura
O Papel dos Pais no Incentivo a Leitura
Ao contar uma história os pais podem parar de lê-la em determinado momento e pedir que a criança crie um final. Tudo isso pode ser feito antes da alfabetização. A partir do momento em que a criança tiver autonomia para ler, peça que ela conte as histórias. Os pais podem fazer com que a criança sinta prazer pela leitura.
Ao ouvir uma história lida por seu filho, mostre interesse. Além disso, os pais podem presentear seus filhos com bons livros e gibis. Uma criança que aprecia a leitura desde a infância provavelmente apreciará a leitura por toda a vida.
(Extraído da Toca da Cotia)




   Algumas providências para incentivar a criança à leitura



1º) Em primeiro lugar, os pais devem ser, eles mesmos, leitores assíduos.

2º) Conforme já dito, devem contar histórias a seus filhos continuamente, iniciando quando estes forem ainda bebês de um ano aproximadamente.

3º) Essas histórias devem ser contadas de duas a três vezes ao dia, em diferentes situações.

4º) Devem presentear seus filhos com livros de plástico (quando ainda bebês) e livros-brinquedos, para que os estimulem a se sentir atraídos pelos mesmos.

6º) Não colocar a criança diante da televisão durante várias horas por dia, pois tal exposição, que apresenta estímulos pela imagem em movimento, a desestimulará a adquirir concentração apenas pelo estímulo auditivo;

5º) Distribuir os livros pela casa para que as crianças tenham a oportunidade de folheá-los e observá-los.

6º) Comentar com as crianças o conteúdo das obras e estimulá-las a relatar o que ouviram ou leram.

7º) Procurar descobrir o gosto da criança em relação ao tipo de leitura e adquirir obras de acordo com essa preferência, sempre com conteúdo educativo;

8º) Iniciar com livros infantis com muita imagem e pouco texto; passar depois para revistinhas em quadrinhos e gibis em geral; e posteriormente ao livro sem imagens.

9º ) Nunca negue a aquisição de um livro a seu filho. Quando ele se interessar por uma obra,
 adquira-a com satisfação.













Curso para professores

     O  INCENTIVO À  LEITURA  EM   SALA   DE   AULA ATRAVÉS  DO  LAZER

     Profª Wânia Milanez

                                       
               Conteúdo programático:

      1.  A leitura intensiva como solução às dificuldades encontradas pelos alunos em suas produções escritas: a constatação (através de pesquisas realizadas nos EE UU, França e Brasil) de progressos de linguagem em todos os níveis da língua como resultado da aquisição do hábito da leitura pelos estudantes.

     2.  A importância da leitura intensiva para o aluno na fase que vai do letramento até o 2º grau: sua influência no desenvolvimento do processo cognitivo, na aquisição do hábito de ler e na conseqüente ampliação de seu conhecimento de mundo.

     3. Como criar e manter a motivação pela leitura intensiva através de um método sistemático durante todo o ano letivo
       3.1. Na fase do pré-letramento
       3.2. Na fase do recém-letramento
       3.3. Da 5ª série em diante

      4.  Metodologia:
      4.1. Descrição, forma de aplicação do método e critérios de avaliação dos resultados
      4.2. A integração da leitura com as atividades orais.
      4.3. A integração da leitura com as atividades  escritas do aluno.

       5.  Bibliografia :

 OBS: A presente proposta metodológica é fruto das pesquisas dentro do campo da Lingüística Textual e do Interacionismo.Recomendamos as seguintes obras a respeito:
    Bastos, Lúcia K. e M. A. Mattos -A Produção Escrita e a Gramática (Martins Fontes)
    Fávero, Leonor e Ingedore G. V. Koch - Lingüística Textual: Introdução (Cortez)
    Kleiman, Ângela - Oficina de Leitura - Teoria e Prática (Pontes)
    Koch, Ingedore G. V. - A Inter-ação pela linguagem (Contexto) 
    Geraldi, J. Wanderlei -O Texto na sala de aula  (Assoeste)
    Ilari, Rodolfo - A lingüística e o Ensino da Língua Portuguesa (Martins Fontes)
    Marcuschi, Luiz A. - Lingüística do Texto: o que é e como se faz
    Milanez, Wânia - Pedagogia do oral - Condições e Perspectivas para sua aplicação no Português (Sama)
   Pécora, Alcir - Problemas de Redação - (Martins Fontes)
                             


                               



O presente Workshop pode ser ministrado a todas as escolas interessadas em se atualizar nessa área, e tem por objetivo preparar os professores para que possam aplicar um método contínuo e sistemático de leitura intensiva nas escolas altamente motivador para o aluno.

É constituído de aula expositiva, material pedagógico pertinente e indicação bibliográfica destinada a suprir informações aos professores sobre o assunto.

Com o referido método – que já foi aplicado com sucesso em diversas escolas do Brasil –  no prazo de aproximadamente um ano, o estudante terá lido em média 30 livros, e começará  a apresentar uma sensível melhora em seus textos, uma vez que a leitura estimula sobretudo o nível cognitivo do homem, adquirindo, assim, maior riqueza de dados culturais e informativos, e, portanto, mais condições de apresentar originalidade e consistência em seu processo argumentativo. Apresentará progresso também no nível pragmático da língua, uma vez que começará a aprender a adequar a sua produção escrita a situação comunicativa em que ela se insere. Quanto à estrutura textual, certamente encontrará também mais facilidade para compor um texto, usando os recursos coesivos de forma adequada. E no plano gramatical apresentará mais fluência sintática, mais correção e elegância no estilo, uma vez que assimilará inconscientemente a língua culta padrão constante das obras literárias.

O método em questão é uma das inúmeras manifestações da renovação do ensino de português pela Lingüística Aplicada ao Ensino e procura incorporar nas escolas o resultado das pesquisas mais modernas do mundo a respeito do aperfeiçoamento da língua.

                                                             *   *   *
                  

                                               Os livros e a televisão

 

      
A imagem em movimento proporcionada pela televisão, por ser apresentada com intenso dinamismo, cores, som, músicas e estímulos de toda sorte, não deixa à criança nenhum desafio, pois a própria compreensão do conteúdo já se encontra explicitada na tela. Afinal, uma imagem fala por mil palavras! Já a audição de uma história exige do ouvinte concentração mental, inferências, deduções, conclusões, comparações, interpretação dos implícitos da linguagem (que não são poucos) e... principalmente, o uso da imaginação.
Em suma, a televisão, por conter todos os estímulos sensitivos ao mesmo tempo, conduz à preguiça mental e à passividade, enquanto que a audição ou a leitura de uma história estimula a atividade mental, o esforço pela compreensão, o trabalho cognitivo, a reflexão.
Pesquisas internacionais realizadas durante as últimas décadas recomendam que até a idade de 10 anos a criança não fique exposta à televisão por mais do que uma hora por dia, e que tenha atividades de audição ou leitura de histórias num tempo três vezes maior do que esse.
Só assim os efeitos sobre o rendimento escolar serão visíveis e qualitativamente melhores, pois a concentração em sala de aula será muito maior do que a experienciada por crianças que não tiveram o mesmo treinamento auditivo de histórias.
                   





                                                      Crianças, entre livros e TV


Segundo Glenn e Janet Doman, do Instituto de Desenvolvimento Humano de Filadélfia, e especialistas no desenvolvimento do cérebro humano, nascemos com cérebros incompletos. Ele é o receptáculo de nosso conhecimento, tanto consciente como inconsciente.  
Ao nascer, nossa malha cerebral é tecida por cerca de 100 bilhões de neurônios. Aos seis anos, metade desses neurônios desaparecem como folhas que, no outono, se desprendem dos galhos. Por isso, a fase entre zero e 6 anos é chamada de “idade do gênio”. Não há exagero na expressão: basta constatar que 90% de tudo que sabemos de importante à nossa condição humana foi aprendido até os 6 anos: andar, falar, discernir relações de parentesco, distância e proporção; intuir situações de conforto ou risco, distinguir sabores, etc.
Ninguém precisa insistir para que seu bebê se torne um novo Mozart que, aos 5 anos, já compunha. Mas é bom saber que a inteligência de uma pessoa pode ser ampliada desde a vida intrauterina. Alimentos que a mãe ingere ou rejeita na fase da gestação tendem a influir, mais tarde, na preferência nutricional do filho. O mais importante, contudo, é suscitar as sinapses cerebrais. E um excelente recurso chama-se leitura.
Ler para o bebê acelera seu desenvolvimento cognitivo, ainda que se tenha a sensação de perda de tempo. Mas é importante fazê-lo interagindo com a criança: deixar que manipule o livro, desenhe e colora as figuras, complete a história e responda a indagações. Uma criança familiarizada desde cedo com livros terá, sem dúvida, linguagem mais enriquecida, mais facilidade de alfabetização e melhor desempenho escolar.
A vantagem da leitura sobre a TV é que, frente ao monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado. De certa forma, a TV “rouba” a capacidade onírica dela, como se sonhasse por ela.
A leitura suscita a participação da criança, obedece ao ritmo dela e, sobretudo, fortalece os vínculos afetivos entre o leitor adulto e a criança ouvinte. Quem de nós não guarda afetuosa recordação de avós, pais e babás que nos contavam fantásticas histórias?
Enquanto a família e a escola querem fazer da criança uma cidadã, a TV tende a domesticá-la como consumista. O Instituto Alana, de São Paulo, do qual sou conselheiro, constatou que num período de 10 horas, das 8h às 18h de 1º de outubro de 2010, foram exibidos 1.077 comerciais voltados ao público infantil; média de 60 por hora ou 1 por minuto!
Foram anunciados 390 produtos, dos quais 295 brinquedos, 30 de vestuário, 25 de alimentos e 40 de mercadorias diversas. Média de preço: R$ 160! Ora, a criança é visada pelo mercado como consumista prioritária, seja por não possuir discernimento de valor e qualidade do produto, como também por ser capaz de envolver afetivamente o adulto na aquisição do objeto cobiçado.
Há no Congresso mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até proibições de propaganda ao público infantil. Nada avança, pois o lobby do Lobo Mau insiste em não poupar Chapeuzinho Vermelho. E quando se fala em restrição ao uso da criança em anúncios (observe como se multiplica!) logo os atingidos em seus lucros fazem coro: “Censura!”
Concordo com Gabriel Priolli: só há um caminho razoável e democrático a seguir, o da regulação legal, aprovada pelo Legislativo, fiscalizada pelo Executivo e arbitrada pelo Judiciário. E isso nada tem a ver com censura, trata-se de proteger a saúde psíquica de nossas crianças.
O mais importante, contudo, é que pais e responsáveis iniciem a regulação dentro da própria casa. De que adianta reduzir publicidade se as crianças ficam expostas a programas de adultos nocivos à sua formação?
Erotização precoce, ambição consumista, obesidade excessiva e mais tempo frente à TV e ao computador que na escola, nos estudos e em brincadeiras com amigos, são sintomas de que seu ou sua querido(a) filho(a) pode se tornar, amanhã, um amargo problema.

(Artigo de Frei Beto. Disponível em: http://observadoressociais.blogspot.com/search?q=Ningu%C3%A9m+precisa+insistir+para+que+seu+beb%C3%AA+se+torne+um+novo+Mozart+que%2C+aos+5+anos%2C+)

Os livros e o computador

"Meus filhos terão computador sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive sua própria história."
Bill Gates




Estamos vivendo um momento em que o magnetismo exercido pelo computador acabou transformando totalmente a cultura do planeta. Com isso mudaram também as formas de comunicação e interação social, desde a rotina familiar até os recursos de administração de um país. 

Na verdade, as redes sociais de comunicação, os chats, msn, a internet, as músicas, os jogos eletrônicos, os filmes e, principalmente, os emails tomam grande parte do dias das pessoas. Se até recentemente (há aproximadamente 20 anos) vivíamos bem sem essa tecnologia, a verdade é que hoje somos totalmente dependentes dela!

No entanto, embora seja inegável a utilidade desse fenômeno denominado informática, que  revolucionou o progresso da humanidade em todas as áreas do conhecimento e da comunicação, os efeitos da substancial mudança de hábitos, de atividades, de formas de comunicação, de relacionamento, e de estilos de linguagem por ele provocados  ainda não foram suficientemente estudados. O excesso de exposição dos olhos à tela, a postura corporal causadora de dores na coluna e tendinite, a alienação do internauta em relação ao âmbito familiar e os decorrentes conflitos de relacionamento acarretados por tal alienação já são apontados como problemas emergentes. 

Portanto, a presença dessa oitava maravilha do mundo em nossas vidas exige uso cuidadoso e, sobretudo, parcimonioso.
Saibamos usá-la sem sacrificar a convivência com as pessoas que amamos e outros bons hábitos, como caminhadas, passeios, atividades artísticas, diálogos ou a leitura de um bom livro.